27/11/2023 1:07 pm | Atualizado em: 27/11/2023 1:07 pm
“Hoje não posso assomar à janela porque tenho esse problema de inflamação nos pulmões”. Foi o que disse o Papa Francisco, em conexão vídeo da Capela da Casa Santa Marta, para a recitação do Angelus neste domingo, explicando que monsenhor Braida “lerá a reflexão, que a conhece bem porque é ele quem a faz, e sempre a faz muito bem. Muito obrigado por sua presença”. Monsenhor Paolo Braida é chefe de escritório da Secretaria de Estado.
“De acordo com os critérios do mundo, – destaca o texto lido por mons. Braida – os amigos do rei devem ser aqueles que lhe deram riqueza e poder, que o ajudaram a conquistar territórios, a vencer batalhas, a tornar-se grande entre outros governantes, talvez aparecer como uma estrela nas primeiras páginas dos jornais ou nas mídias sociais, e a eles ele deveria dizer: “Obrigado, porque vocês me tornaram rico e famoso, invejado e temido”. Isso de acordo com os critérios do mundo.
“No entanto, de acordo com os critérios de Jesus, os amigos são outros: são aqueles que o serviram nas pessoas mais frágeis”, afirma o Papa, comentando o Evangelho da Solenidade de Cristo Rei, que “nos fala do juízo final e nos diz que será sobre a caridade”.
“O Filho do Homem”, explicou o Papa, “é um Rei completamente diferente, que chama os pobres de ‘irmãos’, que se identifica com os famintos, os sedentos, os estrangeiros, os doentes, os presos”. “Ele é um Rei que é sensível ao problema da fome, à necessidade de uma casa, à doença e à prisão – continuou – todas realidades que, infelizmente, são sempre muito atuais”.
“Pessoas famintas, sem-teto, muitas vezes vestidas como podem, enchem nossas ruas: nós as encontramos todos os dias. E também com relação à enfermidade e à prisão, todos nós sabemos o que significa estar doente, cometer erros e arcar com as consequências”.
O Papa enfatizou no texto lido que “o Evangelho de hoje nos diz que somos ‘benditos’ se respondemos a essas pobrezas com amor, com serviço: não olhando para o outro lado, mas dando de comer e beber, vestindo, hospedando, visitando, em uma palavra, estando perto dos necessitados”.
E isso porque “Jesus, nosso Rei que se define Filho do Homem, tem suas irmãs e irmãos prediletos nas mulheres e homens mais frágeis”. “E o estilo com o qual os seus amigos são chamados a se distinguirem, aqueles que têm Jesus como Senhor, é o seu próprio estilo”, acrescentou: compaixão, misericórdia, ternura”.
“Então, irmãos e irmãs, perguntemos a nós mesmos”, insistiu o Pontífice – acreditamos que a verdadeira realeza consiste na misericórdia? Acreditamos no poder do amor? Acreditamos que a caridade é a manifestação mais real do homem e é uma exigência indispensável para o cristão? E, enfim, uma pergunta particular: sou um amigo do Rei, ou seja, sinto-me envolvido em primeira pessoa nas necessidades dos sofredores que encontro em meu caminho? O convite final do Papa foi, portanto, “amar Jesus nosso Rei nos seus irmãos mais pequeninos”.