22/03/2019 2:07 pm | Atualizado em: 28/03/2019 2:07 pm
A Quaresma é um tempo favorável à prática penitencial da Igreja. Conforme ensina o Catecismo da Igreja Católica (CIC) “esses tempos são particularmente apropriados aos exercícios espirituais, às liturgias penitencias, peregrinações em sinal de penitência, privações voluntárias como o jejum e a esmola, e a partilha fraterna”.
O presidente da Comissão para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Armando Bucciol, afirma que na Bíblia não se encontra a palavra penitência. Fala-se, no entanto, da necessidade e urgência de se converter, de acreditar na “bela notícia”.
O bispo explica que há o retorno dos termos ‘arrependimento’ (Mt 3,8; Lc 3,3; 2Cor 7,10; 2Tm 2,25 etc.), ‘compunção’ (At 2,37), ‘contrição’ (Sl 51,17), e o insistente convite a ‘tornar – voltar a Deus’. “A Palavra de Deus pede que vivamos de acordo com as exigências da aliança, do compromisso que o fiel acolheu e assumiu com Deus’, revela o bispo.
O termo penitência, segundo dom Armando, contém todos esses sentidos e aparece, várias vezes, nas orações da liturgia, sobretudo no tempo da quaresma. “Inspirada na Palavra de Deus, a liturgia nos ensina a orar e viver a penitência como um meio para purificar mente e coração e fazer uma experiência de Deus que torna a vida do discípulo mais coerente com os valores do Evangelho e transparência do projeto divino sobre a humanidade”, explica.
Dom Armando esclarece que desde o profeta Isaías (VIII século antes de Cristo), Deus pede aos seus fiéis um estilo de vida mais coerente com a fé que professam. O profeta escrevia: “Lavai-vos, limpai-vos, tirai da minha vista as injustiças que praticais. Parai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem, buscai o que é correto, defendei o direito do oprimido…” (Is 1,16-17).
Segundo dom Armando é com este espírito que a penitência adquire seu sentido. “Também a celebração sacramental da Penitência deve ser um sinal de verdadeira conversão ao Senhor de toda a nossa vida”, finaliza.
Fonte: CNBB