17/11/2023 3:07 pm | Atualizado em: 17/11/2023 3:10 pm
O Papa Francisco compartilhou a sua mensagem para a 38ª Jornada Mundial da Juventude celebrada pela Igreja no dia 26 de novembro, Solenidade de Cristo Rei. Na mensagem, o Pontífice aprofunda o tema “Alegres na esperança” (Rm 12, 12) e convida os jovens a não terem medo de testemunhar Cristo alegremente, alimentando a esperança com oração e atitudes cotidianas e nas redes sociais, “tentem compartilhar a cada dia uma palavra de esperança”, tornando-se semeadores de esperança na vida dos amigos.
A “alegria na esperança” (Rm 12, 12) é uma exortação de São Paulo à comunidade de Roma que “deriva do encontro com Cristo”. Para os jovens, a juventude é um tempo propício do acolhimento de Deus, já que é alimentado pelas relações com amigos, experiências culturais, conhecimentos científicos e iniciativas fraternas, escreveu o Pontífice, ao alertar, porém, para os “dramas da humanidade, sobretudo do sofrimento dos inocentes” vividos atualmente:
“Contudo vivemos em um tempo em que para muitos, mesmo jovens, a esperança parece ser a grande ausência. Infelizmente muitos vivem experiências de guerra, violência, bullying e várias formas de mal-estar, veem-se afligidos pelo desespero, o medo e a depressão. Sentem-se como que encerrados numa prisão escura, incapazes de ver os raios do sol. Demonstra-o dramaticamente a elevada taxa de suicídio entre os jovens de vários países. Em semelhante contexto, como se pode experimentar a alegria e a esperança, de que fala São Paulo?
A esperança cristã não é negação da dor nem da morte, mas celebração do amor de Cristo Ressuscitado que está sempre conosco, mesmo quando parece distante.”
Como alimentar a esperança?
Para alimentar essa esperança, o Papa Francisco indicou percursos práticos: o primeiro, a oração. Rezando, escreveu ele, “mantemos acesa a centelha da esperança”, mesmo quando tudo se apresenta cinzento:
“Queridos jovens, quando o nevoeiro espesso do medo, da dúvida e da opressão vos envolve e já não conseguir ver o sol, escolha o caminho da oração”. Pois,” quando já ninguém me escuta, Deus ainda me ouve” (BENTO XVI, Carta enc. Spe salvi, 32). Reservemos diariamente o tempo para descansar em Deus, face às ansiedades que nos assaltam: “Só em Deus descansa a minha alma; d’Ele vem a minha esperança” (Sal 62, 6).
A esperança também é alimentada pelas opções cotidianas, acrescentou o Papa, convidando os jovens a escolher atitudes “muito concretas na vida de cada dia”:
“Exorto-vos a escolher um estilo de vida baseado na esperança. Dou um exemplo: nas redes sociais, parece mais fácil compartilhar notícias más do que notícias de esperança. Assim deixo-vos uma proposta concreta: tentai compartilhar cada dia uma palavra de esperança. Tornai-vos semeadores de esperança na vida dos vossos amigos e de quantos vos rodeiam. Com efeito, «a esperança é humilde e é uma virtude que se trabalha – por assim dizer – todos os dias (…). Todos os dias é preciso lembrar-nos que temos o penhor, que é o Espírito e que trabalha em nós através de pequenas coisas» (Francisco, Meditação matutina, 29/X/2019).”
Essa esperança, que é Cristo e ilumina a nossa vida, disse Papa Francisco, também pode se tornar “uma pequena lanterna para os outros”, assim como foram os discípulos de Jesus, partilhando a graça recebida. O Papa finalizou a mensagem convidando os jovens a não ter medo de “partilhar com todos a esperança e a alegria de Cristo Ressuscitado”.
“A esperança cristã, não a podemos guardar para nós, como um belo sentimento, visto que se destina a todos. Aproximai-vos em particular dos vossos amigos que talvez aparentemente sorriem, mas por dentro choram, carentes de esperança. Não vos deixeis contagiar pela indiferença e pelo individualismo: permanecei abertos como canais por onde a esperança de Jesus possa fluir e difundir-se nos ambientes onde viveis.”
Fonte: Arquidiocese de BH