01/08/2023 2:33 pm | Atualizado em: 01/08/2023 3:04 pm
Os milhares de jovens que encontrará nos próximos dias durante a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa – a quarta de seu pontificado -, o Papa quis confiá-los a Ela, a Salus Populi Romani, a padroeira do povo de Roma, de quem Francisco invoca a proteção antes e depois de cada viagem internacional há mais de dez anos.
Também desta vez, na véspera de sua partida para Portugal, na manhã de 2 de agosto, o Papa não interrompeu essa longa tradição e foi na tarde desta segunda-feira à Basílica de Santa Maria Maior. Foi o que referiu a Sala de Imprensa vaticana, explicando que na Basílica liberiana Francisco foi à pequena capela que já recebeu, com a de hoje, 109 visitas do Pontífice argentino. Sozinho, sentado, em silêncio, Francisco “se deteve em oração” diante da efígie mariana que a tradição diz ter sido pintada por São Lucas, “confiando a ela”, diz a nota do Vaticano, “a viagem e os milhares de jovens que ele encontrará nos próximos dias”.
A última visita do Papa à Salus Populi Romani foi em 16 de junho, para agradecer pelo sucesso da operação de laparatomia na Policlínica Gemelli. Também naquela ocasião, Jorge Mario Bergoglio – acolhido tanto na entrada quanto na saída pelas saudações afetuosas dos fiéis reunidos na entrada da Basílica – se deteve em oração por alguns momentos, sentado em sua cadeira de rodas, diante do ícone da Virgem. Antes disso, o papa havia visitado Santa Maria Maior no final de abril, antes de partir para sua 41ª viagem apostólica à Hungria; ele retornou à Basílica pouco depois de desembarcar em Roma, vindo de Budapeste.
Além da proteção de Nossa Senhora, o Papa pediu aos fiéis que acompanhem a iminente viagem com a oração. Ele o fez no Angelus deste domingo, 30 de julho, acrescentando ao seu pedido a oração de entrega a Maria de todos os jovens dos cinco continentes que se reunirão em Lisboa para o evento mundial. “Peço-lhes que me acompanhem com suas orações na minha viagem a Portugal, que farei a partir da próxima quarta-feira”, foram as palavras de Francisco. São “tantos” os jovens que irão (muitos já partiram) para Portugal, acrescentou o Papa, e eles vêm de “todos os continentes”. Todos eles “experimentam o desejo de um encontro com Deus e com os irmãos e irmãs, guiados pela Virgem Maria que, depois da Anunciação, se levantou e partiu apressadamente”. Tema, este último, desta edição da JMJ. A Nossa Senhora, “Estrela luminosa do caminho cristão tão venerada em Portugal”, concluiu o Pontífice, “confio os peregrinos da JMJ e todos os jovens do mundo”.
De acordo com o programa oficial, numerosos encontros marcarão a 42ª viagem apostólica do Papa, e não apenas com os jovens, mas também com autoridades civis, líderes religiosos e representantes locais de organizações de caridade. De 2 a 6 de agosto, o Papa se encontrará com o presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, depois com o primeiro-ministro, as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático. Ele celebrará as vésperas com o clero local e dedicará um encontro inteiro aos estudantes da Universidade Católica Portuguesa. Seguindo para a vizinha Cascais, Francisco também cumprimentará os jovens de Scholas Occurentes e assistirá à plantação de uma oliveira da paz junto com outros líderes religiosos.
Haverá também os eventos característicos de toda Jornada Mundial da Juventude, como a confissão de alguns jovens com o Papa (a ser realizada no dia 4 de agosto no Jardim Vasco da Gama, em Belém), a Via Sacra com os jovens na sexta-feira à noite e a vigília noturna entre sábado e domingo, seguida no dia 6 de agosto pela missa de encerramento. Também está incluída na viagem uma etapa em Fátima, onde o Papa – retornando ao santuário mariano que já havia visitado em 13 de maio de 2017 – rezará o Terço com jovens doentes para invocar a paz para um mundo ferido por conflitos. Esse também é um ato de devoção a Nossa Senhora, cuja proteção ele pediu para toda a viagem.
Salvatore Cernuzio – Vatican News